Na Primeira Guerra Mundial, o controle remoto foi usado como um aparelho de rádio frequência que monitorava navios alemães. Com objetivos militares, foram desenvolvidos rádios controladores de navios, de bombas e armas que eram usados remotamente para destruir o inimigo. Na Segunda Guerra Mundial, ele foi usado como detonador de bombas.
No fim da guerra, os cientistas tinham uma tecnologia, mas não sabiam como aplicá-la. Os Estados Unidos foram aprimorando o uso do controle remoto e os cientistas começaram a testá-lo para outros fins.
O criador dessa nova tecnologia foi Nikola Tesla, um cientista que nasceu na Croácia. Com uma excelente memória capaz de dar origem a várias invenções, Nikola, em 1898, patenteou um dispositivo capaz de controlar um barco via rádio.
Em 1903, foi lançado o Telekino, um robô com comandos transmitidos via ondas eletromagnéticas. Ele foi o primeiro controle remoto via rádio no mundo e pioneiro no controle remoto. O robô foi uma criação de Leonardo Torres Quevedo, que registrou sua patente na França, Espanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos.
No final de 1930, os fabricantes de rádio criaram vários controles remotos em modelos superiores e a maioria estava ligada ao controle sem fios. A Philco lança o Mystery Control, um controle para rádios à pilha de baixa frequência.
Em 1940, são criados os controles automáticos de garagem. E, em 1950, com a chegada dos televisores eles foram sendo adaptados para TV.
No início dos anos 50, foi criado o primeiro controle remoto da Zenith Eletronics Corporation por Robert Adler. A TV foi revolucionada pelo aparelho. Ela criou um controle sem fio com som de alta frequência usado para transmitir comandos para a TV, o “Space Command”. Não funcionava por meio de baterias e serviu como exemplo para a criação de outros controles até o início da década de 80. A partir daí, começou a ser substituído por aparelhos movidos a raios infravermelhos, que eram simples e baratos. E foi por isso que o controle remoto se tornou mais atrativo e popular.
Nos aprofundando mais na história, em 1941, Robert Adler, um austríaco, começou a trabalhar na Zenith Eletronics (uma empresa norte-americana que tem uma relação com a criação da televisão). Inicialmente, eles teriam fabricado dois tipos de controle remoto: com fio e sem fio. O controle com fio possuía cabo e era chamado de Lazy Bones (1950), acionado pelo polegar. Como ele era conectado a TV, o público não se familiarizou. Pessoas tropeçavam nos cabos e diziam que não era bonito ter um cabo daqueles conectados à TV, em sua sala de estar.
Então, decidiram criar o Flash-matic (1955), um aparelho que emitia flashs de luz através de um tipo de “revólver” e acionava fotocélulas localizadas nos quatro cantos da tela de TV. Cada fotocélula era responsável por uma função: abaixar e diminuir o volume e mudar de canal. O novo modelo ainda não havia agradado a muitos, pois além da dificuldade de lembrar qual das fotocélulas fazia o que, outro problema ocorria quando a TV era exposta à claridade: as fotocélulas se ativavam sem o uso do controle. Imagine a confusão: som altíssimo, canais desregulados e outros problemas.
Um controle para marcar época
O chefe da Zenith, Eugene F. McDonals Jr., alertou e reuniu a sua equipe para resolver o problema. Em meio à reunião, Adler sugeriu a criação de um controle com o uso do ultrassom, cuja frequência de som é tão alta que os ouvidos humanos não conseguem escutar. Houve contradições quanto à ideia dele. Mas, no final, ele e seus colegas de trabalho decidiram fazer um experimento. O incrível Zenith Space Command (1956). A ideia foi um sucesso.
Em 1955, eles começaram fazendo os testes e em 1956 concluíram a obra. Foi criado um controle sem baterias. Na época, os únicos objetos que utilizavam baterias eram as lanternas e os aparelhos para auxiliar na audição. Se o controle remoto parasse de funcionar por causa da bateria, as pessoas iriam achar que ele estava estragado, e daí surgiu essa necessidade.
Uma das dificuldades encontradas pela equipe de Adler foi a descoberta de que mulheres jovens tem uma audição superior à de outras pessoas. Assim constatou o fato num livro científico que utilizou na época. No laboratório, uma jovem profissional deu um pulo quando eles produziram o som que era um pouco mais alto do que os ouvidos poderiam captar. Além disso, o som também pode incomodar os cães.
Conseguindo ultrapassar essa barreira, buscaram trabalhar com uma frequência de som mais alta da qual ninguém poderia ouvir. Utilizaram ondas de ultrassom para transmitir os sinais para a TV e por causa dessa tecnologia, o custo tornou-se mais elevado. Na década de 70 foi necessário usar números de três dígitos e mudar para diferentes canais.
Os controles remotos infravermelhos e o novo tempo dos universais
O controle remoto com ultrassom foi usado por duas décadas. Com suas desvantagens, foi necessária a criação do controle infravermelho (1977). A BBC criou o Protocolo ITT de comunicação infravermelha. Nela, cada botão possui um comando que, quando acionado, é enviado para TV.
Há também um pequeno sensor (fotodetector) que identifica cada feixe infravermelho e converte o código em um comando, permitindo a mudança de canais. Uma das desvantagens é que o sinal infravermelho deve estar de frente ao sinal de TV.
Para Adler, uma das motivações maiores de se criar um controle remoto era puramente lógica. A pessoa não teria que se levantar toda hora para mudar canais, ou apagar uma luz por exemplo.
E, inicialmente, ele não pensou que o controle remoto se tornaria algo tão popular, embora desejasse que isso ocorresse. Apesar do controle ter demorado 25 anos para sua popularização, (antes a tecnologia usada encareciam a TV) com a tecnologia da luz infravermelha isso foi possível.
Em 1980, Steve Wozniak, o co-fundador da Apple, se interessou pelo desenvolvimento do controle remoto universal e com o lançamento do CORE (controlador remoto de equipamentos, 1987), um controlador remoto que poderia aprender sinais remotos de outros aparelhos eletrônicos que pode ser ligado ao computador e carregada uma lista de códigos de um software específico do site do fabricante. No entanto, as funcionalidades de cada botão do CORE foram consideradas complexas e difíceis de serem executadas. Foi um dos primeiros controles remotos de aprendizagem controlados por um software de computador.
De acordo com a Consumer Eletronics Association, até o início de 2000, o número de pessoas que utilizam dispositivos eletrônicos em sua casa aumentou, assim como o número de controles remotos. É raro encontrarmos um só controle em nossa casa. Existem diferentes aparelhos e para cada um, temos um controle. Por esse motivo, surgiu a ideia da criação de aparelhos remotos universais capazes de controlar qualquer dispositivo eletrônico.
Para aqueles que querem aprender como um controle infravermelho funciona, é necessário estar acompanhado de um bom professor e livro de eletrônica. Mas, a título de curiosidade, seguem alguns componentes do controle infravermelho e suas funções.
A maioria dos controles infravermelhos possui uma placa de circuito impresso (CI) em seu interior com:
Outros componentes do controle:
A Placa de CI – é um pedaço fino de fenolite, com caminhos feitos de cobre, gravados em sua superfície. Os componentes são montados na placa de circuito impresso, por causa da facilidade de produção e montagem em grande quantidade. Nessa placa, também existem pistas de Carbono, com o objetivo de fechar os contatos com as conexões quando a tecla é pressionada.
Conjunto de pontos ou trilhas pretas de tinta condutiva - elas que fazem contato com os botões.
Botões - são feitos por uma lâmina fina emborrachada (chamada de manta). Para cada botão, encontramos um disco condutor preto. Quando o disco toca na placa de circuito impresso, eles se conectam e o microprocessador consegue receber essa conexão.
E como o processo acontece:
Quando pressionamos um botão, dois ou mais pinos do microprocessador são conectados de forma única, permitindo assim que ele saiba qual comando foi escolhido pelo usuário. O microprocessador produz uma sequência de piscos rápidos no LED infravermelho na forma de um código binário específico para o botão pressionado. Os transistores amplificam esses pulsos enviados pelo microprocessador para o LED, que traduz o sinal em luz infravermelha. O sensor na TV pode ver a luz infravermelha e reage apropriadamente ao ver o sinal. Na TV, há um outro microprocessador que lê o sinal emitido pelo controle e efetua os comandos específicos, como trocar de canal, aumentar o volume e todos os outros que atuam no equipamento.
O que fazer quando eles param de funcionar? Ou não obedecem ao seu comando quando você aperta a tecla? Ou mesmo, as pilhas utilizadas já foram trocadas e você não consegue encontrar o defeito.
A maior parte dos problemas acontece na manta de borracha. Quando se torna rígida e coberta por impurezas originadas pela exposição contínua ao ambiente.
Devido a esse composto da manta, a placa de circuito impresso, nas áreas de pressão das teclas, é contaminada e mesmo sem pressionarmos a tecla, ela provoca erros de interpretação.
Abra o controle com cuidado e retire a poeira com um pincel limpo e seco. Após isso, passe um pouco de tinta condutiva nos botões defeituosos. Deixe secar por uma hora, verifique se secou mesmo (caso contrário pode piorar a situação), monte o controle e veja se funciona. Pode haver também sujeira no contato com a bateria: veja se há alguma ferrugem ou sujeira no local onde se colocam as pilhas.
Pode haver um fio solto também. São essas pequenas coisas que afetam o funcionamento do controle. Resolva isso usando álcool isopropílico e passe no terminais de contato das pilhas. Espere secar e coloque as pilhas novamente.
Lembre-se que você precisa ter ferramentas adequadas e algum conhecimento de Eletrônica para qualquer tipo de manutenção. Caso não possua, será melhor procurar um técnico experiente.
São controles remotos que possuem uma tela LCD monocromática ou em cores, sensível ao toque. Os botões ficam localizados na tela e quando tocados enviam sinais de IR (infravermelho) para os respectivos aparelhos.
Há modelos com diversas telas, acessados através de botões virtuais e outros têm a combinação de uma tela sensível e botões específicos para realizar cada função.
Um exemplo disso é o controle universal da Longitech "Harmony One Advanced". Tela colorida, botões iluminados, design ergonômico (se encaixando confortavelmente em suas mãos) e recarregável. Substitui até 15 dispositivos de áudio, vídeo e jogos. Para configurá-lo, é necessário apenas conectá-lo ao computador (via USB) e você é guiado passo a passo. Caso haja dificuldades, basta procurar o suporte ao cliente. Ele é compatível com mais de 225.000 dispositivos e 5.000 marcas.
Também temos modelos de controles que podem mudar a interface gráfica deles através de um computador. Ou seja, personalizar a tela touch-screen, botões e até algumas ações que realizamos através dele. Isso acontece através de um cabo USB, com a tecnologia Bluetooth ou Wi-fi.
A aprendizagem por controle remoto universal é o processo pelo qual o controle captura e armazena os sinais infravermelhos de outros controles. Quando os códigos não se encontram na memória do controle universal, eles são aprendidos do controle original. Basta apontar um controle para o outro. Há controles remotos universais que reconhecem a lista de códigos programados no velho controle remoto.
Normalmente, esses controles já vêm pré-programados com códigos capazes de controlar vários aparelhos. É só você selecionar a marca, o fabricante e usá-lo. Já outros recebem o feixe infravermelho dos controles convencionais e armazenam os códigos em sua memória. Com essa função, ele é capaz de armazenar a função de qualquer botão do controle remoto, com as teclas de aprendizagem e ainda você pode utilizar a gravação macro.
Ele suporta novas marcas ou modelos de todos os tipos de aparelhos. Há controles universais que necessitam ser conectados a um computador, através do cabo USB, para serem configurados.
Exemplo de controles com função de aprendizagem: Philips Controle remoto SRU5040 Universal, Controle Remoto Logitech Harmony 670 Universal Avançado, One for All Xsight Touch e One for All Xsight Color etc.
Controles dos mais variados tipos são criados desde a popularização. A forte influência dos controles universais surgiu quando as pessoas começaram a utilizar vários dispositivos que precisavam da ajuda desses pequenos aparelhos. Iniciou-se a produção de controles dos mais diversos: Controle de Gel, para computador, para XBOX com funcionalidade universal, com flip (aquele que abre e fecha, como um celular), de movimentos, expressão facial, entre outros. Assim, foram criados os mais diferentes e inusitados tipos de controles remotos universais.
Mais do que um controle universal, o Gesture é capaz de funcionar através de gestos. Uma curiosa característica é que ele não precisa de nenhum botão.
Pilhas falhando, botão não funciona, poeira na manta? É hora de explorar as possibilidades do controle remoto. Sem botões quando você passa o polegar fazendo pequenos gestos, ele é capaz de selecionar as opções desejadas.
Ele foi desenvolvido por um grupo de empresas, a LUNAR Europe, a IDENT Technology AG e Zinosing.
Com a tecnologia Z-senses, baseada na interface de usuário Gestic 3D, da IDENT Technology é capaz de captar todos os gestos e passar ao software em forma de comandos. Com isso, você pode navegar em um de seus modernos televisores com facilidade.
Desenvolvido pela GenosTV, uma empresa norte americana, Cyclops é tão ajustável ao ser humano que se encaixa entre as duas mãos. Além de realizar as tarefas básicas de um controle, seu teclado QWERTY e alguns botões básicos facilitam a interação entre usuário e TV, pois nele pode-se escrever textos e controlar outros dispositivos conectados à TV.
Como funciona via Bluetooth, ele pode ser usado com smartphones. O seu formato pode ser considerado o teclado sem fio do futuro.
Com a criação dos empresários britânicos, Chris Barnardo e Richard Blakesley, foi possível transformar uma varinha de condão em controle remoto. Diferente do que se vê nos famosos filmes de Harry Potter, ele é capaz de controlar televisões, aparelhos de som, luzes, cortinas, laptops e ventiladores.
Essa invenção foi apresentada num programa de televisão da BBC 2, sobre invenções inteligentes.
Com a mesma tecnologia do controle de um Nintendo Wii, ao receber o produto, o cliente receberá um manual contendo 13 movimentos diferentes que o permitirão mudar de canal, aumentar o som e controlar outros dispositivos eletrônicos, etc.
De acordo com a fabricante L5, o dispositivo chamado L5 remote, quando acoplado ao iPhone, iPod Touch e iPad, é capaz de controlar vários aparelhos eletrônicos. Assim, é preciso baixar um aplicativo no iTunes e, depois, personalizar os botões necessários para a tela do iPhone.
Uma das partes complicadas é configurar cada botão aos botões do seu controle remoto antigo. Com a configuração, é possível apontar o gadget para o DVD, TV, Home Teather e outros aparelhos e controlá-los como se estivesse usando um típico controle universal.
A empresa quer resolver esse problema, desenvolvendo códigos pré-programados e esses poderão ser baixando pelo iTunes.
Também temos o dispositivo chamado i-Got-Control, que possibilita transformar o tablet da Apple em controle universal. Compatível com o iPhone, iPod touch e o iPad, controla aparelhos com tecnologia infravermelha. De acordo com a empresa i-Got-Control, criadora do dispositivo, há 40 mil códigos de dispositivos compatíveis e basta fazer o download do aplicativo no site da App Store e procurar o equipamento que se quer controlar.
Para os amantes do BlackBerry, também existe a possibilidade de transformá-lo em controle universal. Com a tecnologia Bluetooth, o aplicativo AV/Shadow da Unify4Life dá controle a tudo o que é eletrônico (Set top Box, Satélite Box, DVD, VCR, PVR, Apple TV, leitor de Blu-ray e outros). Ele vem com um kit composto por um software e hardware que controla tudo através do smartphone. Os comandos são convertidos e enviados via Bluetooth para o BlackBerry e dele para sua TV com sinais infravermelhos. Além disso, temos também o GarageShadow, um controlador de portas automáticas de garagem.
Kazuhiro Taniguchi, chefe de pesquisas da Universidade de Osaka, no Japão ocidental, criou um aparelho eletrônico com expressões faciais sem o uso das mãos. Segundo ele, o aparelho é um fone de ouvido normal, mas através de seus movimentos, pode-se controlar aquilo que você quiser.
Com sensores infravermelhos, o Mimi tem a capacidade de configurar as expressões faciais de acordo com o que o usuário deseja, ou seja, programar movimentos feitos com o sorriso, com o piscar dos olhos etc. Ainda é possível utilizá-lo para monitorar pessoas com deficiências físicas (quantas vezes comeu, se espirraram), para alertar serviços médicos (caso alguém esteja com problemas de saúde) e outras funcionalidades.