A radiação do infravermelho tem bem mais que a sua utilidade conhecida, que é a de mecanismo para se passar informações a partir de aparelhos móveis. A mesma tecnologia do celular é empregada, por exemplo, nos controles remotos de televisão. Vale lembrar que a radiação infravermelha são ondas de frequência bem mais baixa do que as que podem ser interpretadas pelo olho humano e, por não serem ionizadas, não nos prejudicam com males presentes em outras radiações. A partir dessa onda invisível, foi criada a capacidade de transformar a informação para essa frequências e, a partir daí, transferir informações de um aparelho celular a outro e também de um controle até uma televisão receber e interpretar a mensagem como um comando.

Como foi dito, existem outras funções para o infravermelho do que somente essa “tradicional” aplicação. A área da Medicina tem descoberto cada vez mais aplicações para o infravermelho. Uma delas é para a aplicação na pele, em tratamentos estéticos que servem para rejuvenescer a pele dos pacientes, chamada de fototerapia volumétrica. A aplicação na pele faz os tecidos mais internos da pele serem aquecidos, provocando a formação de “colágeno profundo” (substância responsável pela elasticidade da pele. Quando o colágeno vai diminuindo, as rugas vão aparecendo). Como as ondas são de frequência baixa, somente as camadas mais internas da pele conseguem senti-la, enquanto as partes mais externas são resfriadas durante o tratamento. O efeito dessa operação é imediato e, com o decorrer do tratamento, problemas como flacidez da pele, tanto da face como de outras partes do corpo, são resolvidos.

Outras aplicações, também no campo medicinal, é a aplicação em forma analgésica. Segundo algumas experiências realizadas na década de 80, ao ser aplicada a radiação infravermelha, regiões que causavam dor tiveram alívio depois do tratamento contínuo. Além da aplicação para redução de dores, é possível usar em casos de rigidez articular, machucados na pele, edemas e outros.

A rigidez de articulações tem vários fatores que podem estar envolvidos, como a atuação de nervos, músculos, além da própria articulação. Portanto, não há como definir, com certeza, em que ponto o infravermelho age para que haja essa redução. No entanto, uma aplicação de 45ºC sobre uma articulação rígida resulta numa diminuição de 20% dessa rigidez. Apesar de não ter ciência completa sobre a aplicação de infravermelho, alguns resultados já foram obtidos através dessa tecnologia. Nos casos de edema, a aplicação dessa radiação resulta num aquecimento de camadas mais internas da pele acelerando a circulação. Com isso, ajuda a reduzir a ação dos edemas.

Em casos de feridas na pele, o tratamento com radiação infravermelha é bastante proveitoso, especialmente nos casos de infecções. Sem essa radiação, o aquecimento dessas feridas resultaria também em suor ou água, o que beneficiaria as bactérias. Com o infravermelho, ocorre o aquecimento a seco, matando as bactérias e ainda acelerando a circulação de sangue e, assim, a cicatrização. Seu uso só não é recomendado para tratamento de feridas abertas pois, com o aquecimento, ocorre o ressecamento dos tecidos, inibindo a cicatrização.

De acordo com a necessidade do uso e do tecido que deve ser atingido, é usada uma frequência diferente da radiação. São três classificações possíveis para essas aplicações: IR-A: de onda 0,78-1,4 μm, IR-B: de onda 1,4-3,0 μm e IR-C: de onda 3,0mm-1,0mm. Outras peculiaridades precisam ser consideradas nesses tratamentos médicos: a radiação infravermelha, assim como outras ondas, que podem sofrer diversos fenômenos ao entrar em contato com outras substâncias. Refração, absorção, difração e outros podem ser efeitos que acontecem com ele. Sendo o corpo humano heterogêneo como é, e contando com vário materiais diferentes. Tudo isso exige um cuidado e planejamento maiores para que a área seja atingida com sucesso.

Saindo do ramo da saúde, o infravermelho é amplamente usado também na área de segurança. Muitos alarmes e sistemas de segurança fazem uso das ondas de baixa frequência da radiação infravermelha. O sistema funciona com a aparelhagem emitindo constantemente essas ondas e, caso haja uma interrupção e que esteja em movimento no trajeto delas, o alarme é acionado, detectando a presença de alguém.

Uma aplicação interessante e recente do infravermelho é o chamado “infravermelho longo". É formada a partir da união de titânio, platina e alumínio, resultando num coloidal que emite a radiação infravermelha. Seu efeito é, assim como em outros tratamentos, aquecer regiões internas da pele. Com o aquecimento a partir desse produto, células e moléculas de água (substância que compõem a maioria de nosso corpo), e assim, uma agitação dessas unidades e isso impede a aglomeração de água, oxigênio e de outras substâncias. As vantagens prometidas por esse “infravermelho longo” vão desde as melhorias na circulação até o aumento do metabolismo humano, o que pode ajudar, também, no emagrecimento.

Ainda existem aplicações da radiação infravermelha para colchões, para transferência de dados para computador e outros serviços.